quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Graciosidade provençal

Estes dias comprei a revista "Quartos de Bebê - Edição Especial com 62 quartos" (!!!), na expectativa de aproveitar a fase mais relax no trabalho para dar vazão ao meu completamente adormecido lado 'decoradora de interiores'.

Como já tinha uma idéia muito clara do que queria, algo meio provençal, apenas passei as páginas com temas mais fofos tipo fazendinha, zoo e similares, até que acho uma página com o tema 'graciosidade provençal'. Lindo, exatamente o que procurava.




Fonte: www.ri-po-pi.com.br

Como aprendi nos preparativos do casamento, pedi a opinião do marido num misto de "amor, pode olhar mas diz que gosta, não me contraria", perfeitamente aceito por ele que tem o lado 'decorador de interiores' irreversivelmente hibernado. Mas eis que a noite foi pautada pela gozação com o tema 'graciosidade provençal'. Reitero que este tema foi criado pela editora da revista que não me ligou para pedir opinião nenhuma... eu tão somente gostei do quartinho da foto.

E desde então, quem pergunta para ele se já estamos pensando no quartinho, ouve a invariável resposta "sim, minha esposa está pensando em algo no estilo graciosidade provençal' e deve imaginar que passo os dias montando arranjos de lavanda e assando brioches. Ai, ai.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Estar grávida é...

Ler 50 vezes o resultado positivo do exame para ter certeza de que está correto

Ficar chocada ao saber que uma gestação dura 40 semanas e não nove meses como todo mundo diz por aí

Ficar imaginando, por horas a fio, como serão os olhos, os cabelos e a pele do filho que vai chegar

Torcer, e muuuuuuito, para que ele nasça perfeitinho

Sair na rua e só enxergar mulheres grávidas

Ter sono, muito sono

Esperar ansiosamente pelo dia da ecografia e assim que sair de lá, esperar ansiosamente pela próxima!

Aprender a enxergar o filho nas manchas de uma ecografia

Ler muito sobre gravidez, pular o capitulo do parto (pois ainda é muito cedo pra se preocupar) e ir direto para os cuidados com o bebê

Ir ao shopping e desejar apenas coisinhas para o filho

Torcer para ficar barriguda

Ficar muito esquisita e descobrir uma incrível capacidade de sentir todas as emoções em uma hora, da alegria descontrolada ao mau humor sem fim

Acordar várias vezes de madruga para fazer xixi

Reparar que seu marido fica muito mais interessante como pai do seu filho e perceber que foi o único homem capaz de te presentear com tamanha alegria.

(autora desconhecida)

domingo, 14 de setembro de 2008

CTG ou CTP?

Há um mês, o condomínio onde moro enviou uma enquete aos moradores, pedindo sugestões sobre o que fazer com o espaço do restaurante, que estava desativado. As opções incluiam clube, espaço gourmet, sala de música (quem é que vai para uma sala pública escutar música?) e pasmem: um CTG (centro de tradições gaúchas). Gente, eu admiro o amor sul-rio-grandense ao seu umbigo, mas CTG no lugar de uma possível loja de conveniência, ou outras tantas idéias aproveitando o fato de estarmos a meia hora do centro de Porto Alegre, não dá, né?

Para deixar clara minha opinião e na esperança de que ela valesse mais pontos, escrevi um 'NÃO' bem grande na frente desta opção na enquete. Meu marido ficou furioso, achando que este ato deliberado e impulsivo pudesse fazer com que fossemos mal recebidos por nossos prestimosos vizinhos. Eis que solicitei outra enquete e marquei um simples 'não' na referida opção. Preferia perder o voto a perder o marido. E perdi. O voto.

A idéia foi aprovada (!!!), mas na impossibilidade do condomínio seguir os pormenores que constituem um autêntico CTG, a idéia foi adaptada para um galpão crioulo, ou seja, um espaço tipicamente gauchesco, inspirado nos tradicionais galpões dos CTG. A inauguração foi ontem, com banquete do novo chef e proprietário do restaurante do condomínio. Recebi o convite e agradeci enquanto uma voz interna contentava-se em dizer 'então, nem pensar, meu'.

Hoje, sem ter o que fazer, li com calma o convite. O cardápio apresentava sugestões campeiras fantásticas: quibebe, arroz de carreteiro, feijão mexido, arroz com galinha...
E foi aí que a voz interna, dividida e perversa, comentou em tom inocente: 'Mas báh, tu bem que devia ter ido, guria'. Será que minha célula paulista está enfraquecendo ou eu ainda teria forças para lutar pela instalação de um rodízio de pizzas?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Macho, macho man

A despeito de todo e qualquer traço de virilidade, existem homens que, num ato de gentileza romântica, carregam a bolsa de sua mulher. Acredito que para as mulheres que fazem tal solicitação, seja um ato de o-marido-é-meu-e-já-é-marido-mesmo, mas cada vez que peço ao meu, que por cinco segundos segure minha bolsa enquanto tiro meu casaco, sinto calafrios. Olho para ele e peço a bolsa de volta com a urgência de quem almeja paixão eterna.

E assim é. Marte tem sua moda. Vênus a sua. E minha gente, existe um motivo para tal. Acreditem.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Escritório café

Em minha nova rotina, sou uma frequentadora ainda mais assídua de cafés. Não somente pelo dito cujo, mas principalmente pelo wireless, que transforma qualquer estabelecimento em meu escritório.
Dizem que as mulheres tem a capacidade de fazer diversas coisas ao mesmo tempo. Além de saber dirigir, comer sanduiche e retocar a maquiagem tudo-ao-mesmo-tempo-agora, sei trabalhar escutando as conversas das mesas vizinhas, atributo este herdado da minha mãe, apesar dela, num nível mais evoluido, interromper bruscamente o 'causo' que você está contando para discorrer sobre o problema conjugal da senhora ao lado.

Mas de toda forma, os papos ecléticos são interessantíssimos. Algumas conclusões:

- Senhorinhas tomando chá à tarde, não trocam receitas. Falam de lingerie e homens. Acreditem!
- Uma mesa com mais de quatro homens transforma-se na ala de pavões do zoologico humano, numa competição incrível de quem fala mais alto e chama mais a atenção;
- Os homens caçam. E as mulheres mais ainda;
- Eu não sou o único ser capaz de sentar com uma amiga e compartilhar duas horas de futilidades;
- Adolescentes vivem num planeta fora do nosso sistema solar. Ainda bem que eu já voltei ao planeta Terra (faz teeeempo);
- E principalmente: todo mundo presta atenção na mesa ao lado.

É. A vida de escritório móvel é infinitamente mais divertida.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Qual o telefone da Super Nanny?

Para o horror das minhas 'amigas-mães' e especialmente do meu marido, eu tenho fobia a chilique infantil.
Antes de mais nada, deixo claro que amo crianças e que sonho ser mãe. Mas penso nos meus futuros rebentos como anjos de cabelos cacheados, educados e inteligentes a ponto de argumentar o porque levar tal comida coloridinha no supermercado ao invés de fazer birra e se jogar no chão.
Cada vez que presencio uma cena assim, sinto vontade de abraçar a mãe e dizer "calma, calma, o corredor de bebidas alcóolicas é o 23". Isto quando estou de bom humor. Em outras tantas vezes fico enfurecida, imaginando o que faria a Super Nanny. No mínimo, ela diria que a permissividade excessiva cria socipatas, ou que crianças precisam de limites como prova de amor. E eu concordo.

Sentar num restaurante imaginando ter uma agradável refeição e uma família com três filhos pequenos sentar ao meu lado é a certeza de calafrios. E se o caçula começar a chorar porque quer Coca-Cola, começo a procurar a próxima mesa vazia. E é aí que marido me olha com aquela cara de "você me preocupa".

Mas o que me preocupa, são os recorrentes pesadelos da minha sogra (que ela gentilmente chama de sonhos), com netinhos ruivos daqueles bem pestinhas, como o filho dela, que por sinal, é meu marido e contribuirá efetivamente na carga genética dos meus filhotes. E eu vou morder a lingua, tenho certeza.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Endereço novo

Sabe nos filmes, quando um jovem casal muda de casa e veste macacões enquanto pinta o novo lar ou arruma alegremente suas tralhas? Mentira. E das grandes.

Preciso confessar que quase perdi meu equilíbrio mental durante as últimas semanas. Entre sessenta e tantas caixas, marceneiro que atrasa, eletricista que não vem e gente que não respeita a parede branca de uma casa nova, adicionei fios brancos às minhas madeixas que, como acredita a massagista (saudades), são luzes. E casa tem o detalhe de, como diz o arquiteto, parecer um “ser vivo”. E daí você, que nunca tinha entendido a metáfora, percebe que as esquadrias são as artérias e a caixa d’água, o estômago. Que ronca.

Mas mãe que é mãe e irmã que é irmã vieram ajudar. E colocaram a mão na massa, fizeram companhia e bolo de laranja.

E a casa foi ficando com cara de casa e está a um passo de tornar-se um lar. Marido e eu aceitamos visitas: já temos bolo de brigadeiro, cafeteira e – aleluia – máquina de lavar louça.

Recado: outra 'irmã que é irmã': também amo-te.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Túnel do tempo

A Mi fez. Depois a Dri. Foi inevitável que eu fizesse também.

O QUE VC ESTAVA FAZENDO?

Há 10 anos:
1998. 18 anos
O ano em que tudo o que eu queria e almejava era ser maior de idade e ter carteira de motorista. Bons tempos.
Tinha acabado de entrar na faculdade de publicidade, o que foi uma transição enorme para quem estava acostumada a escolas super-ultra-mega tradicionais. Do dia para a noite, eu estudava filosofia, sociologia e análise da imagem, além de passar algumas tardes no Dadá, tomando cerveja. Isso até eu começar meu primeiro estágio, que também foi neste ano. No dia 31 de dezembro, para fechar com chave de ouro, conheci o Beto e aprendi o que eram os tais sininhos que tocavam. Me apaixonei perdidamente (mas no começo de 1999 também sofri de amor e chorei um oceano Pacífico de lágrimas) e fiquei extasiada com todas estas novas sensações que nunca haviam sido tão fortes.

Há 5 anos:
2003 - 23 anos.
Este ano foi intenso. Passei os primeiros seis meses ansiosíssima com o casamento e felicíssima com ele. Com medo de mudar de cidade e esperançosa com as novas perspectivas. Os outros seis meses eu passei chorando. É feio, horrível dizer isso, mas é verdade. E eu admiro meu marido por ter me aguentado este tempo todo, porque pra mim, felicidade de recém-casada foi a partir do segundo ano. Estava longe de todo mundo, numa cidade estranha e num esquema novo. Mas sabe aquele "me apaixonei perdidamente" de cinco anos atrás? Pois continuava e continua sendo assim... e por isso, eu sabia que valia o preço.

Ontem:
Trabalhei um pouco em casa, com pedidos e e-mails. Depois fui com a Má, na casa da Alê, comemorar seu aniversário versão 'licença maternidade'. Visitei uma cliente, almocei em casa e passei a tarde em clientes. Cancelei o pilates do final da tarde devido à TPM e devido à mesma, dormi sonhando com um brigadeiro de panela, mas colada no meu marido, por quem há dez anos, os sábios sininhos tocaram.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Hoje faz oito ados baravilhosos que estou com barido. Debido à budança de temperatura e ao vírus da gripe, vabos cobeborar debaixo do cobertor, de beias, cobendo sopinha. Bas com buito, buito abor.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Miss Imperfeita, muito prazer!

Recebi este texto por e-mail e achei fantástico. Assim, compartilho com todas vocês. Enjoy!

Miss Imperfeita, muito prazer!
por Martha Medeiros

'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.
Sou a Miss Imperfeita, muito prazer!
Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas!
E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.

Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.

É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de
produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um
dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga.
Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.
Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado

(ok, esqueça o rosto lavado)

podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Meu dia de tiete

No aeroporto de Porto Alegre:

Nurit - (Suspiro longo) É ele! É ele!
Avó - Você gosta dele?
Nurit - Amo!
Avó - Então vai dizer para ele!
Nurit - O que? Que eu amo ele?
Avó - Sim Nurit! Corre!


(Avó começa a correr)


Nurit - Não vó, não corre! Deixa que eu corro!
Avó - Diz que ama ele!
Nurit - Não, melhor não! Vou pedir um autógrafo...
Avó - Isso.
Nurit - Mas eu tenho vergonha!
Avó - Ah, faça-me o favor. Você tem papel?
Nurit - Ah, vai o do estacionamento mesmo...
Avó - E se a máquina engolir?
Nurit - Eu quebro a máquina!


(Na escada rolante, após correr pelo aeroporto)


- Oi
- ... oi....
- Eu PRECISO te pedir um autógrafo
- Huhum
- Eu tenho todos os seus livros! Eu leio tudo o que você escreve!
- Claro, claro
- E eu adoro tudo
(consciência: "menos Nurit, menos")
- Você tem papel?
- Sim
-Qual o seu nome?
- Nurit
- Hã?
- Ene, u, erre, i, tê
(penso em dizer: "ótimo nome para uma crônica, não?", mas a consciência mantém-se irredutivel: "menos Nurit, menos")

- Que dia é hoje?
- Dia quatro. Eu nunca pedi um autógrafo para ninguém, mas para você é diferente! Eu moro em Porto Alegre faz quatro anos e meio e sempre quis te encontrar! Juro mesmo! Sempre quis te pedir um autógrafo, porque adoro tudo, tudo mesmo que você escreve...
(consciência tentando desligar o controle central do cerebelo)

- Nossa, me sinto honrado. Obrigada Nurit
- Muito obrigada!


E-EU-FINALMENTE-CONSEGUI-UM-AUTÓGRAFO-DO-LUIS-FERNANDO-VERÍSSIMO!!


quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Devaneios da ansiedade crônica

E cá estou eu, freneticamente ansiosa na enfadonha rotina. Devem ser os pensamentos tomando vodka numa cabeça careta em plena quinta-feira.

O telefone toca e não era Rosa Cabarcas para mudar minha vida. Ao menos se fosse Capitu amiga, de quem sinto saudades vulgares...

Sim, faço da minha vida uma ópera, que passa do sublime ao catastrófico num espaço medíocre de tempo e gostaria de saber como mudar. Mas quando contei à terapeuta, ela confundiu os gêneros e gargalhou.

E assim, tudo o que posso fazer é substituir angústia por Merlot.