quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Nada de cegonhas desempregadas

No elevador do shopping

- Ai, que linda sua filha
- Obrigada
- Qual o nome dela
- T-a-l-y
- E aí, muito trabalho? Eu quero encomendar o meu para o ano que vem... dá pra continuar fazendo compras com eles, essas coisas?

Então querida, minha filha tem seis meses e eu ainda não consegui. Em poucas tentativas frustradas, ela começou a reclamar ainda quando eu estava na primeira arara. Sabe, quando se sai com bebês, até fazer xixi requer certa logística. Em casa, é meu marido quem ainda está com a incumbência do supermercado. Não é por nada, mas sua vida vai virar de cabeça para baixo e fazer compras será um luxo, com infra-estrutura necessária.

- Ah, um pouquinho de trabalho, mas dá pra continuar sim.

Querida, eu?

Nota: querido leitor, ressalto que não tenho família morando na mesma cidade, nem qualquer ajuda como babá ou afim. Assim, meu caso pode não ser o seu. Não quero ter qualquer culpa na queda da taxa de natalidade no mundo.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Versão 2010

Parece que tudo vai entrando nos eixos. Pequena começou a comer papinhas e adora. Tem dormido durante o dia. Brinca. Fofa demais.
Daí cai a ficha. É chegada a hora da minha vida também voltar aos eixos. Chego no final do dia a-c-a-b-a-d-a e sonhando com uma cama, mas preciso dar um estalo e me ativar.

Antes da pequena chegar, fazia jantarzinho especial às sextas, escutava música com o marido tomando um copo de vinho, saíamos no sábado para almoçar. Nada extaravagante, simplesmente programas de pessoas normais. Mas desde junho, quando as olheiras passaram a ocupar um espaço maior que o delimitado a elas, qualquer programação que não fosse um sono profundo, soava como piada.

É hora de mudar. A Nurit-mãe dará lugar à Nurit-mãe-mulher-esposa. Ufa. Cansei.